Há mar e mar, há ler e gostar

 

De leitura(s) em leitura(s) é como temos andado na biblioteca escolar da EB1 da Venda nas últimas semanas.

A par dos empréstimos domiciliários a todas as turmas da escola e de estarmos, em conjunto com a coordenadora do estabelecimento, a medir a fluência leitora dos alunos de 2.º, 3.º e 4.º anos através do programa informático Lexplore, não quisemos deixar nenhum ano de escolaridade sem uma atividade à volta de livros.

Terminámos hoje um conjunto de sessões com as oito turmas de 2.º e de 3.º anos sobre o maravilhoso O mar viu, de Tom Percival. Quando a Sofia perdeu o seu ursinho de estimação na praia, foi o mar quem o resgatou e tentou devolver. Este é o começo desta história ternurenta, que nos surpreende e comove no fim (não, não podemos revelar!). Uma história para apreciar lentamente, como o tempo que vai passando página após página... 

fotos: profs. Isabel Invêncio e Magda Cardoso

A professora Rosário bem disse no princípio que era um livro que ia dar muito que falar, e lá fomos, alunos e professoras, tocando alguns aspetos ligados aos currículos e não só- a relação entre o mar, os lagos e rios, os seus habitantes, a meteorologia, as estações do ano, meios de transporte, a família e as suas várias gerações, os afetos e as relações que estabelecemos com determinados brinquedos... Pois é, meus amigos, vimos tantas coisas incríveis! Alguns alunos até colocaram questões sobre tradução e em duas turmas de 3.º ano tentámos mesmo chegar ao título original em inglês. No final de algumas sessões houve aplausos, lágrimas de miúdos e graúdos mas também muitos sorrisos, partilha de experiências sobre brinquedos que pertencem à família e guardam memórias, relato de momentos especiais... e em certas alturas acabámos mesmo todos descontraidamente à conversa. Sim, O mar viu ... , e a D. Historinha também, como às vezes somos levados pela corrente inesperada de um livro.

Uma história mesmo múúúito gira...

A biblioteca escolar (BE) terminou hoje junto das quatro turmas de 1.º ano a leitura de um livro bem divertido. Greves e negociações entre os animais da quinta e o agricultor João, direitos e deveres e até a importância de se saber ler e escrever, é o que o premiado Clique, claque, muu- vacas que escrevem à máquina, de Doreen Cronin, nos apresenta com muito humor.

As professoras Isabel Invêncio e Maria João Nogueira, em apoio à BE, dirigiram as sessões com os alunos. Como chegar a um acordo quando algo não está bem? Que deveria fazer o agricultor quando vacas e galinhas exigiram melhores condições na quinta e começaram uma greve? E quais as consequências dessa decisão?... Várias foram as questões, ligadas no fundo à cidadania, que suscitaram a reflexão entre alunos.

Bem, entre alunos e a D. Historinha também, pois a nossa mascote, que adora este livro, decidiu vestir a pele de uma das personagens centrais, para a delícia dos miúdos. A brincar, a brincar, se pode falar de coisas sérias, verdade?

Leituras em família

Continuamos a receber grandes leitores lá de casa! Ao longo de meses, a convite da biblioteca escolar, familiares dos nossos alunos têm vindo à casa da D. Historinha e mesmo a salas de aula ler para todos.

Recentemente, tivemos connosco Andreia Pinheiro, mãe da Maria Luiza, do 4.ºC (e também da Ana Carolina, do 2.ºC). A mãe escolheu um livro do nosso fundo documental, entre várias hipóteses sobre a temática que queria. Sim, aqui foi o tema a prioridade, pois a turma da professora Eva Seixas ouviu O dente do Vicente, uma história do Projeto SOBE+ (Saúde Oral Bibliotecas Escolares), sobre saúde oral e os cuidados a ter com a escovagem e com o que devemos evitar se quisermos ter uns dentes bem saudáveis. 

Não só ouviu, como cada aluno ainda recebeu pasta de dentes e um diploma a certificar a pequena formação em higiene oral!

O 4.ºD esteve também na biblioteca para ouvirmos Isabel Pina, mãe do Miguel. Entre os livros que trouxe, selecionados por si e pelo filho, a escolha recaiu sobre O pássaro Nimas- dá asas à diversão!, de Filipa Pimenta e Ivone Patrão. A turma e a professora Sofia Alípio seguiram atentamente a história do pássaro que vai ensinar aos dois amigos, viciados em tecnologias, outras formas bem interessantes de passarem o tempo... é que há vida para lá dos ecrãs!

E no final, à boleia do livro Respirar (Inês Castel-Branco), acabámos a sessão cheios de ideias e com o corpo a descomprimir em lentos exercícios de respiração, que a leitura também se faz disso. 

Caso para dizer: Boas leituras, boa respiração!

António Fontinha na EB1 da Venda do Pinheiro

Numa iniciativa da biblioteca escolar, o reconhecido contador de histórias António Fontinha esteve na escola para sessões de contos tradicionais, deliciando todos com a sua arte.

Ao longo de dois dias e seis sessões, as quatro salas do Jardim de Infância da Venda e doze turmas da EB1 (do 1.º ao 4.º ano) ouviram com muita atenção as histórias e ao mesmo tempo ficaram a saber bastante sobre a tradição oral portuguesa e a importância de saber escutar.  

Embalados pela forma extraordinária como as narrativas eram contadas, os alunos andaram entre o silêncio, o riso e até o susto em certas passagens. 

Em algumas sessões, houve ainda tempo para se falar de adivinhas, que pertencem também ao património oral e que sobretudo os avós tão bem preservam ao contá-las aos netos. Mostrou-se igualmente alguns livros da nossa biblioteca que fixaram, na forma escrita, estes contos antigos, para que não se percam. Mas, como António Fontinha sublinhou, a melhor forma de guardarmos estas histórias é contá-las, passando-as de boca em boca.

Já depois do tradicional "E bendito e louvado, está o conto acabado" alguns alunos queriam falar, perguntar, e mesmo contar o que já ouviram a pais e avós. Lançámos o desafio de pedirem, em casa, que os mais velhos lhes contem histórias antigas e que contem lá em casa, também, as histórias ouvidas. A D. Historinha sabe que algo de muito interessante vai acontecer, até porque, imaginem... já recebeu um vídeo de uma aluna a recontar um dos contos! Que maravilhosa forma de passarmos bons momentos uns com os outros, verdade?